O modelo português da teoria do custo de oportunidade
Esta nova curva das possibilidades de produção foi desenvolvida pelos ilustres autarcas portugueses e pode-se resumir deste modo: «para produzirmos mais estádios de futebol temos de produzir menos bibliotecas».
Ao ler o relatório das estatísticas das Bibliotecas de Lisboa (BLX) no ano de 2005 foi com bastante agrado que verifiquei que foram visitadas por 760.933 pessoas. Ou seja uma média quinzenal de 31.708 pessoas. Superior à media de assistência de jogos de futebol do Sporting (23.050) e do Benfica (26.697). O agrado ainda aumentou quando verifiquei que dessas bibliotecas apenas uma (a Biblioteca Orlando Ribeiro) se pode caracterizar como um equipamento moderno. Uma biblioteca da nova geração. Ou seja mesmo com um investimento mínimo as bibliotecas de Lisboa superaram em entradas os novos estádios de futebol em Lisboa que beneficiaram de um investimento máximo.
É também com bastante agrado que li no Público de sábado que a nova Biblioteca de Ílhavo recebeu um prémio internacional pela sua arquitectura e design inovadores. Assim, no meu entender o sucesso popular é perfeitamente conciliável com a vanguarda artística estética. Por outro lado, é de lembrar que neste distrito foi edificada em 2003 uma das obras mais disparatadas e megalómanas dos últimos anos. O Estádio Municipal de Aveiro. Um mega estádio com capacidade para 40.000 pessoas mas que acolhe uma média de 2655 espectadores quinzenalmente. É óbvio que a Biblioteca Municipal de Aveiro mais a Biblioteca Municipal de Ílhavo vão dar um “bailinho” em termos de assistência ao estádio de futebol local. Mais uma vez o investimento mínimo irá superar o “mega-disparatado” investimento, mas infelizmente os nossos autarcas não pensam da mesma maneira.
Como dizia o chanceler alemão do bigodinho na sua famosa teoria económica: «se quisermos produzir mais canhões temos de reduzir a produção de manteiga. Os canhões tornam-nos fortes e a manteiga engorda». Os autarcas portugueses pensam de forma idêntica: «Se quisermos produzir mais estádios de futebol temos de produzir menos bibliotecas. Os estádios tornam-nos fortes e machos e as bibliotecas moles, gordos e maricas».
Ao ler o relatório das estatísticas das Bibliotecas de Lisboa (BLX) no ano de 2005 foi com bastante agrado que verifiquei que foram visitadas por 760.933 pessoas. Ou seja uma média quinzenal de 31.708 pessoas. Superior à media de assistência de jogos de futebol do Sporting (23.050) e do Benfica (26.697). O agrado ainda aumentou quando verifiquei que dessas bibliotecas apenas uma (a Biblioteca Orlando Ribeiro) se pode caracterizar como um equipamento moderno. Uma biblioteca da nova geração. Ou seja mesmo com um investimento mínimo as bibliotecas de Lisboa superaram em entradas os novos estádios de futebol em Lisboa que beneficiaram de um investimento máximo.
É também com bastante agrado que li no Público de sábado que a nova Biblioteca de Ílhavo recebeu um prémio internacional pela sua arquitectura e design inovadores. Assim, no meu entender o sucesso popular é perfeitamente conciliável com a vanguarda artística estética. Por outro lado, é de lembrar que neste distrito foi edificada em 2003 uma das obras mais disparatadas e megalómanas dos últimos anos. O Estádio Municipal de Aveiro. Um mega estádio com capacidade para 40.000 pessoas mas que acolhe uma média de 2655 espectadores quinzenalmente. É óbvio que a Biblioteca Municipal de Aveiro mais a Biblioteca Municipal de Ílhavo vão dar um “bailinho” em termos de assistência ao estádio de futebol local. Mais uma vez o investimento mínimo irá superar o “mega-disparatado” investimento, mas infelizmente os nossos autarcas não pensam da mesma maneira.
Como dizia o chanceler alemão do bigodinho na sua famosa teoria económica: «se quisermos produzir mais canhões temos de reduzir a produção de manteiga. Os canhões tornam-nos fortes e a manteiga engorda». Os autarcas portugueses pensam de forma idêntica: «Se quisermos produzir mais estádios de futebol temos de produzir menos bibliotecas. Os estádios tornam-nos fortes e machos e as bibliotecas moles, gordos e maricas».
Na minha opinião: das duas uma ou estamos perante mais uma forma de vil manipulação por parte dos mass media (Chomsky, 2003) que nos querem obrigar a adorar o futebol (só falam de futebol, só passam futebol, quem não gostar de futebol é deficiente) aproveitando em simultâneo para esconder informação vital (eventualmente sobre extraterrestres) disponível nas bibliotecas públicas... ou então andamos todos a dormir!
P.s.: Há dias vi um programa de história na televisão em que o apresentador se queixava que os museus estavam vazios e os estádios de futebol cheios. Com os museus até pode ser que isso aconteça, mas com as bibliotecas verifica-se precisamente o contrário e ninguém diz nada. Pelo que resolvi escrever. Boa noite e até amanhã!
<< Página inicial