Biblioteca José Saramago: a verdadeira em Lanzarote
José Saramago e Pilar del Rio estabeleceram um protocolo de cooperação com a Universidade de Granada para que esta catalogasse, classificasse e indexasse a Biblioteca do prémio Nobel lusitano da literatura. Em contrapartida Saramago e Pilar comprometeram-se a abrir as portas da biblioteca ao público. A ideia parecia simpática, mas, segundo Pilar, os problemas começaram a surgir logo na primeira semana. «É verdade!» disse Pilar ao anarquista. «Logo no primeiro dia às 9h da manhã a casa encheu-se de reformados de Lanzarote à procura de jornais. Ficaram até à hora do almoço e até na cozinha havia velhinhos a ler o “El País” e “La Marca”. À tarde vieram montões de adolescentes que fizeram bicha para consultar a Internet no computador do José. Desentenderam-se e foi o caos. O José até ficou transtornado sobretudo quando partiram a estatueta do poeta que estava em cima da secretária. Mais tarde, quando saíram ainda insistimos para que levassem emprestados os livros preferidos do José, mas não quiseram. Levaram apenas a colecção completa de DVDs do Chuck Norris e do Bruce Lee do meu cunhado. No sábado à tarde a casa encheu-se de famílias inteiras que estavam à espera que o Saramago lesse aos meninos a «Branca de Neve e os Sete Anões». Mas se fosse só isto até continuávamos o projecto, o problema é que acabámos de receber uma carta de um tal professor Marcelo de Celorico de Basto que está a remodelar a casa e se quer desfazer dos seus livros, revistas, e colecções de cromos e que já vem tudo a caminho de Lanzarote via DHL. Não sabemos mais o que fazer! Estamos desesperados e precisamos de ajuda!...»
Feliz Natal, santo Hanucah e próspero Ramadão são os votos do vosso bibliotecário,
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