As Bibliotecas, os livros e a leitura nas eleições autárquicas - Movimento «Lisboa é Gente»
Fotografia de Ward Shortridge
Programa Eleitoral da Candidatura «LISBOA É GENTE» encabeçada por JOSÉ SÁ FERNANDES
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Cultura…
Programa Eleitoral da Candidatura «LISBOA É GENTE» encabeçada por JOSÉ SÁ FERNANDES
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Criação de uma rede de bibliotecas de bairro. Em muitos municípios do interior existem já novas bibliotecas de leitura pública dotadas das melhores condições e oferecendo um serviço moderno, funcionando integradas na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP) do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB). Em comparação, no concelho de Lisboa o panorama é confrangedor e de carência quase total. Existem em todo o concelho apenas 11 bibliotecas e duas bibliotecas infanto-juvenis, para além da biblioteca central das Galveias. Tratam-se de bibliotecas de pequena dimensão que não oferecem (com excepção da de Telheiras) um serviço minimamente actualizado, nem cobrem as necessidades da população da cidade e dos seus bairros, tanto pela sua incipiente distribuição, como pelo seu pequeno número e ainda pela área reduzida, escassos serviços e recursos disponíveis em função da população que servem. A população de Lisboa está mais mal servida de bibliotecas públicas do que a da maioria dos concelho vizinhos e do restante país. Encontra-se em fase de projecto uma biblioteca central, inserida num projecto megalómano que pretende juntar no mesmo edifico o arquivo municipal, a biblioteca e um centro de congressos, cujas obras se encontram num estado inicial, tendo sido adjudicada apenas parte da obra. Dado o valor elevadíssimo do investimento implicado e a localização periférica dabiblioteca, num vazio urbano descaracterizado do vale Santo António, não nos parece ser esta uma solução correcta e eficaz para começar a resolver o problema da leitura pública em Lisboa, tanto mais que os serviços de tratamento técnico se encontram já a funcionar centralizados em edifício próprio. Construir uma grande biblioteca central, corresponderá neste caso a mais um investimento de fachada, que dará origem a mais um elefante branco com enormes custos de investimento e de manutenção.Seria mais eficaz e de maior alcance para a cidade, utilizar alternativamente o investimento previsto para apoiar o lançamento de uma rede de bibliotecas de bairro, funcionado com base nos serviços de tratamento técnico centralizados. Nesse sentido, propõe-se a interrupção das obras e a reavaliação do projecto e o lançamento de um novo processo que garanta à cidade e aos cidadãos um acesso à leitura pública, descentralizado e próximo do seu lugar de habitação, ou de trabalho.Esta intenção corresponderá a equipar cada bairro com uma nova biblioteca pública, construída de raiz ou recuperando edifícios existentes com condições suficientes para esse fim, correctamente dimensionada em função da população que serve e das características do bairro em que se insere. Bibliotecas com livre acesso aos documentos disponibilizando todos os tipos de suportes documentais, praticando o empréstimo domiciliário e fornecendo também o acesso às novas tecnologias deinformação e de comunicação. Num total, propõem-se, numa 1ª fase, 20 bibliotecas públicas integradas na cidade, de forma a serem acessíveis à população de cada bairro e ainda um número variável de bibliotecas mais pequenas distribuídas pelas freguesias. Num processo faseado, dando prioridade aos bairros mais populosos da periferia, tais como Benfica, Marvila, Lumiar, Carnide e aos bairros do centro histórico, tais como Alfama, Castelo, Moraria, Madragoa, Lapa, Bairro Alto, etc.»
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