Carpe parvulorum diem!
Junho de 1882, Hartford, Connecticut. Caroline Hewins prepara-se para ler uma história às crianças da comunidade [1]. Está a léguas de imaginar que o simples exercício que irá fazer será provavelmente o mais REVOLUCIONÁRIO SERVIÇO DE SEMPRE introduzido nas bibliotecas públicas mundiais. O sucesso desta iniciativa foi de tal maneira avassalador que a partir daí a «STORY HOUR» passou não só a fazer parte dos serviços da referida biblioteca num horário regular, como depressa se estendeu a todas as bibliotecas públicas norte americanas. Hoje em dia afirma-se mesmo que antes da constituição deste serviço e da vocação infanto-juvenil das bibliotecas não se podia falar propriamente em bibliotecas PÚBLICAS.
Em França estes ideais revolucionários das bibliotecas chegam apenas no primeiro quartel do século XX e, assim, em 1924 a «L’ HEURE DE JOYEUSE» é introduzida com enorme sucesso [2]. A partir de então o serviço infantil converte-se também num Novo Modelo de Bibliotecas que agora servem toda a comunidade (incluindo as crianças = parvulorum em latim) e não apenas uma minoria de eruditos.
Em Portugal só se pode falar com propriedade na «HORA DO CONTO» a partir de 1986 (114 anos depois da sua introdução nas bibliotecas norte americanas) com a constituição da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. Este serviço é um dos principais culpados do sucesso (sem paralelo no panorama cultural) das Bibliotecas de Nova Geração junto das respectivas comunidades.
O Bibliotecário Anarquista,
Lisboa, 30 de Maio de 2007
Feliz dia da Criança!
Carpe parvulorum diem!
[1] – REITZ, Joan M. – Dictionary for library and information science. Westport: Libraries Unlimited, 2004.
[2] – PARMEGIANI, Claude-Anne, dir. – Libros y bibliotecas para niños. Salamanca: Fundación Germán Sanchez Ruiperez, 1987.
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