sábado, março 18, 2006

Vinhetas com bibliotecas


Já a minha Avó dizia: “quem não tem nada para fazer brinca!” e é precisamente o que eu pretendo fazer com esta nova série “Vinhetas com bibliotecas” que visa descobrir, publicar e criticar quadradinhos de banda desenhada onde surgem imagens, desenhos e textos sobre bibliotecas, arquivos ou instituições similares ainda que no domínio do fantástico, absurdo ou ficção científica. Começamos com o José Carlos Fernandes no seu livro «Um catálogo sonhos» onde nos surge esta imagem.

Crítica: onde vem a expressão inventariar deveria surgir antes a expressão catalogar, classificar ou indexar. Das tarefas típicas da cadeia documental o inventário (que se situa dentro do tratamento preliminar dos documentos) é uma tarefa menor, geralmente a cargo de auxiliares (não creio que o personagem Slumber, na imagem, fosse um simples auxiliar), em que para além da atribuição de um número de inventário ao documento entram tarefas como registar a data da entrada na colecção e carimbar o documento de modo a que ele fique identificado como propriedade da biblioteca x. O inventário não serve para mais nada. Ao contrário da catalogação, indexação e classificação não permite a estruturação dos dados para posterior pesquisa e recuperação da informação.

Segunda crítica: é preciso cuidado com a expressão “livro antigo” que, se não estou em erro, compreende as datas entre 1600 e 1800. Antes disso, entre a invenção da imprensa e o último dia do século XVI temos o incunábulo. Antes da invenção da imprensa e do surgimento do incunábulo tínhamos em regra os códices