segunda-feira, outubro 23, 2006

Deficits orçamentais e redução da despesa

Depois de ter edificado a Grande Muralha da China, em 220 a.C., e outras imponentes obras públicas o imperador Qin Chi Huang (o primeiro imperador da dinastia Qin) viu-se a braços com um irresolúvel deficit orçamental. «Que faço agora?...» perguntou o temível imperador ao não menos temível Lu Jia, o seu ministro chefe. «É simples majestade», respondeu Lu. «Basta reduzir as despesas com funcionários e serviços do reino». E assim foi. Depois do sábio conselho ministerial o imperador mandou encerrar todas as escolas, queimar todos os livros e bibliotecas e ENTERRAR VIVOS todos os professores, bibliotecários e arquivistas do reino. Para além de reduzir as despesas Qin aproveitou também para apagar da memória a vida e obra dos seus antepassados, passando a ser ele o único imperador a representar o passado e o presente da China imperial.

Dois mil duzentos e vinte seis anos depois deste curioso episódio, o Governo de Portugal (um país insignificante na outra extremidade da terra) após a edificação de 10 estádios de futebol (sempre vazios) prepara-se para encerrar o Museu de Arte Popular. Está aqui uma petição.
Um abraço,