Saiba como a “Biblioteca de Alexandria” acabou em Sapataria
Gravura da Antiga Biblioteca de Alexandria
Não se sabe ao certo qual foi o destino da Grande Biblioteca de Alexandria. Existem relatos de vários incêndios. O mais célebre dos quais é o da frota de Júlio César ao largo de Alexandria. Há quem defenda também que foi destruída pelos muçulmanos depois da conquista árabe em 641 d.C., quando o califa Omar pronunciou a célebre frase sobre o destino dos livros: «Destruam-nos! Pois se estão de acordo com o Livro de Deus não são necessários. Se estão em desacordo são ímpios e indesejáveis». De qualquer forma os historiadores são unânimes em considerar que a Biblioteca não terá sido destruída de uma só vez e que sobreviveu ao reinado de Omar. Acredita-se também que uma grande parte dos seus livros e rolos de papiro terão sido ao longo dos tempos transferidos para outras bibliotecas.
Uma dessas bibliotecas foi, ao que parece, a “Casa da Aprendizagem” no Cairo. Assim, quando a dinastia Fatimida sucedeu à dinastia Omar a capital do reino foi transferida de Alexandria para o Cairo. Aí o califa al-Aziz (lindo nome para um catálogo alfabético!) fundou uma enorme biblioteca a “Casa da Aprendizagem” que continha cerca de 600.000 volumes, sendo que 2.400 eram exemplares iluminados do Corão.
A biblioteca foi crescendo sucessivamente e no ano de 1004 já possuía cerca de 1,5 milhões de livros. Contudo no fatídico ano de 1068 o vizir Abu al-Faraj, com algumas dificuldades de tesouraria e precisando de dinheiro com urgência para combater os Turcos (na altura eram Bizantinos oriundos do império romano do oriente) que se aproximavam, não encontrou outra solução senão vender um carregamento livros em 25 camelos (pela módica quantia de 100 dinares) para pagar aos seus bravos soldados. Os soldados do vizir lá receberam o seu dinheirinho e morreram felizes (com a bolsa cheia), pois na verdade, o exército Turco acabou por vencer a contenda na mesma.
Os Turcos, por seu turno, quando viram a biblioteca ficaram sem saber muito bem o que fazer a tanto calhamaço. Foi então que resolveram dar início a uma das primeiras grandes acções de reconversão económica. Rasgaram as encadernações em couro (mais de um milhão) e separaram-nas do respectivo recheio em papel. As encadernações foram manualmente recicladas e transformaram-se em sapatos e botas. «Há que reconhecer que são bem mais úteis do que livros, especialmente quando chove», disse então o general turco ao seu exército. E quanto ao papel? Bom, na altura não havia caixotes de reciclagem, pelo que tiveram de enterrar as imensas toneladas de papel numa vala comum. Como a quantidade era imensa essa vala transformou-se num monte, o qual durante sucessivas gerações ficou conhecido como o «Monte dos Livros».
Não se sabe ao certo qual foi o destino da Grande Biblioteca de Alexandria. Existem relatos de vários incêndios. O mais célebre dos quais é o da frota de Júlio César ao largo de Alexandria. Há quem defenda também que foi destruída pelos muçulmanos depois da conquista árabe em 641 d.C., quando o califa Omar pronunciou a célebre frase sobre o destino dos livros: «Destruam-nos! Pois se estão de acordo com o Livro de Deus não são necessários. Se estão em desacordo são ímpios e indesejáveis». De qualquer forma os historiadores são unânimes em considerar que a Biblioteca não terá sido destruída de uma só vez e que sobreviveu ao reinado de Omar. Acredita-se também que uma grande parte dos seus livros e rolos de papiro terão sido ao longo dos tempos transferidos para outras bibliotecas.
Uma dessas bibliotecas foi, ao que parece, a “Casa da Aprendizagem” no Cairo. Assim, quando a dinastia Fatimida sucedeu à dinastia Omar a capital do reino foi transferida de Alexandria para o Cairo. Aí o califa al-Aziz (lindo nome para um catálogo alfabético!) fundou uma enorme biblioteca a “Casa da Aprendizagem” que continha cerca de 600.000 volumes, sendo que 2.400 eram exemplares iluminados do Corão.
A biblioteca foi crescendo sucessivamente e no ano de 1004 já possuía cerca de 1,5 milhões de livros. Contudo no fatídico ano de 1068 o vizir Abu al-Faraj, com algumas dificuldades de tesouraria e precisando de dinheiro com urgência para combater os Turcos (na altura eram Bizantinos oriundos do império romano do oriente) que se aproximavam, não encontrou outra solução senão vender um carregamento livros em 25 camelos (pela módica quantia de 100 dinares) para pagar aos seus bravos soldados. Os soldados do vizir lá receberam o seu dinheirinho e morreram felizes (com a bolsa cheia), pois na verdade, o exército Turco acabou por vencer a contenda na mesma.
Os Turcos, por seu turno, quando viram a biblioteca ficaram sem saber muito bem o que fazer a tanto calhamaço. Foi então que resolveram dar início a uma das primeiras grandes acções de reconversão económica. Rasgaram as encadernações em couro (mais de um milhão) e separaram-nas do respectivo recheio em papel. As encadernações foram manualmente recicladas e transformaram-se em sapatos e botas. «Há que reconhecer que são bem mais úteis do que livros, especialmente quando chove», disse então o general turco ao seu exército. E quanto ao papel? Bom, na altura não havia caixotes de reciclagem, pelo que tiveram de enterrar as imensas toneladas de papel numa vala comum. Como a quantidade era imensa essa vala transformou-se num monte, o qual durante sucessivas gerações ficou conhecido como o «Monte dos Livros».
Não se sabe contudo qual foi o destino dos bibliotecários. Embora o embalsamento para servirem de bibelots seja uma hipótese a considerar juntamente com a tradicional sodomia e espancamento até à morte.
Boa noite e até amanhã,
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