segunda-feira, abril 07, 2008

Biblioteca Municipal de O Porriño (Galiza), 29-03-2008

Ilustração de Jillian Tamaki
Cidália Rivas é uma avó visivelmente incomodada. Aproxima-se do balcão de empréstimos com um livro na mão e pergunta ao técnico:
- «Acabei de retirar este libro “O compañeiro do pai” da estante dos nenos. Veixa só estes dibuxos! Dois homes na cama. Os nenos mais pequenos non deviam ver estas cousas. Como é que podo ensinar os valores morais cristáns ao meu netiño Kike com este tipo de bromas na biblioteca? Pensava que a biblioteca era uma casa ideal para as famílias?»
Ao que Dário Rubin, o técnico de biblioteca, respondeu…
- «Temos libros como “O compañeiro do pai” porque moitos profesores e pais preocupados o recomendarón. E temos mais libros sobre este tópico para as crianças. Todavia tamén temos montóns de libros que mostrán às crianças os valores tradicionais da família. Se quiser podemolos ver?»
- «E o que acontece aos nenos que vêm estes libros merdeiros? Ban a quedar-se desordenados. Este libro diz que a homossexualidad é cousa normal», retorquiu Cidalia.
- «A nossa biblioteca tem miles de usuários e temos de ter uma selección de materiales que cubram todas as necessidades e gustos de toda a xente. Existén pessoas que precisam destes libros. Se, por exemplo, um profesor tem en su clase un neno que vive en casa com dous pais ou duas nais ele pode utilizar este libro para responder aos distintos problemas. A Biblioteca non tem huma respuesta para o que é certo e o que é errado. Temos solo de ter materiais que cubrán ós gustos e as necessidades de todos, incluindo ós grupos minoritários».
- «Pues a mim non me parece que devam ter este tipo de libros. Asi as crianças nunca han de poder distinguir o certo do errado».
- «Bueno! Possiblemente podo axudá-la de moitos modos. Se quixer podo chamar o responsáble pola biblioteca (Señor Miguelanxo) para falar mellor com a senhora sobre a nossa politica de selección de materiales. Se quixer podo tamém axudá-la a buscar otros libros mais adequados a sus gustos».
- «Pero eu non quero nada». Disse Cidalia visivelmente cansada. «Por hoxe me voy»!...