Hábitos de leitura no Japão VII : epílogo
Ilustração de Jirô Taniguchi
Parto de Ushuaia coberto de alcatrão e penas... Atravesso clandestinamente a fronteira com o Chile e em Punta Arenas apanho um cargueiro que cruza o Pacífico em direcção a noroeste, com escala na ilha de Páscoa. À medida que o navio avança o nevoeiro adensa-se. Dirijo-me agora ao país do sol nascente onde finalmente chego exausto. Dói-me o corpo e sinto a voz embargada. Não deixo de observar, no entanto, este curioso povo que lê histórias aos quadradinhos com abundância. Crianças, adolescentes, executivos, senhoras e idosos. Todos lêem banda desenhada. Os contentores de reciclagem à saída do metro contêm milhões e milhões de livros de mangá. Parece que adquiriram este inusitado hábito de “ler furiosamente” quando eram crianças porque as suas casas eram diminutas e não havia espaço para grandes brincadeiras. Duvido que seja verdade, mas que trabalham e lêem com garra isso é uma constatação inegável. A concorrência, ao que dizem, é forte: na escola, universidade e no trabalho. O estudo e a leitura são levados muito a sério e estas revistinhas de quadradinhos aliviam-lhes a tensão do quotidiano... que por vezes pode ser bastante tenso nestas paragens.
Parto de Ushuaia coberto de alcatrão e penas... Atravesso clandestinamente a fronteira com o Chile e em Punta Arenas apanho um cargueiro que cruza o Pacífico em direcção a noroeste, com escala na ilha de Páscoa. À medida que o navio avança o nevoeiro adensa-se. Dirijo-me agora ao país do sol nascente onde finalmente chego exausto. Dói-me o corpo e sinto a voz embargada. Não deixo de observar, no entanto, este curioso povo que lê histórias aos quadradinhos com abundância. Crianças, adolescentes, executivos, senhoras e idosos. Todos lêem banda desenhada. Os contentores de reciclagem à saída do metro contêm milhões e milhões de livros de mangá. Parece que adquiriram este inusitado hábito de “ler furiosamente” quando eram crianças porque as suas casas eram diminutas e não havia espaço para grandes brincadeiras. Duvido que seja verdade, mas que trabalham e lêem com garra isso é uma constatação inegável. A concorrência, ao que dizem, é forte: na escola, universidade e no trabalho. O estudo e a leitura são levados muito a sério e estas revistinhas de quadradinhos aliviam-lhes a tensão do quotidiano... que por vezes pode ser bastante tenso nestas paragens.
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