segunda-feira, setembro 24, 2007

Plano Nacional de Leitura sucks!

Tropecei por acaso no PNL e fiquei fulminado! Não é que aconselham a leitura do odioso «Patinho Feio» às crianças do 2º ano (antiga 2ª classe). A leitura deste abominável livro constituiu a minha maior vergonha profissional, no dia em que tive de ler aquela passagem fabulosa: «ele não era mais preto. ele era lindo. era branco!» às criancinhas da Cova da Moura. Imaginam como me senti? Exacto, como um porco racista… um nazi das bibliotecas.

O conto do Hans Christian Handersen pode ser encantador, mas aquela edição foi, de certeza, traduzida pelo field Marechal Einrich Himmler…

Depressa! Preciso de uma mangá extremamente violenta para descontrair…

Bibliotecas atraem multidões record


Existem dois tipos de bibliotecas: as que têm um espólio riquíssimo e as que têm muita gente.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Bibliotecas Públicas atraem multidões record

Foto: David Sygall

Parece que as filas à porta da Biblioteca Pública de Denver são imensas e a multidão não está ali para o lançamento do último jogo de iPOD, nem para comprar bilhetes para um concerto. Estão à espera de entrar na Biblioteca Pública.

Segundo dados da ALA (American Library Association) 1,3 biliões (1,300.000.000.000) de pessoas entraram nas Bibliotecas Públicas Norte Americanas em 2005.

Não existem dados disponíveis para Portugal (o que é grave pois sem números não podemos provar a importância / utilidade do nosso trabalho), mas bibliotecas como a fantástica BMO (Oeiras) recebe diariamente uma média de 700 pessoas o que dará 18.000 entradas por mês ou 218.000 por ano. E a história não acaba aqui, pois Oeiras para além da Biblioteca Central conta ainda com duas excelentes bibliotecas em Carnaxide e Algés e prepara-se para abrir uma nova em Linda-A-Velha e uma exclusivamente infantil em Queijas.

Lisboa apesar de possuir uma rede composta por bibliotecas “velhinhas” e que não cumprem uma série de normas da UNESCO/IFLA para as Bibliotecas Públicas em áreas metropolitanas, ainda consegue ombrear em termos de público com o Sporting e o Benfica – os dois maiores clubes da cidade e do país juntamente com o Porto, cujos resultados começarão a ser comparados e publicados em breve…

Ver também: Denver Post de 17 de Setembro de 2007.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Pensamento do dia

A grande vantagem dos homens que dão formação ou defendem teses académicas sobre banda desenhada, é a de ler livros aos quadradinhos em casa e dizer às mulheres que estão a trabalhar!

Bom fim de semana!

Serviço de aquisições


O mundo infinito dos Pokémons…

Acidente:
O Filipe está a perder o interesse pelos livros. As enciclopédias do mundo animal já não lhe despertam a mesma curiosidade que tinha quando era mais pequeno. Os livros ilustrados com histórias e contos infantis também não. Parece que descobriu novos mundos, nos quais O LIVRO já não tem grande importância. Anda fascinado com a Playstation (uma consola portátil que os avós lhe ofereceram), com o Universo Pokémon (trading cards, tazos e os próprios action figures), sempre que pode assiste ao Canal Panda (sobretudo as séries de Animé), mostra um interesse crescente pelo futebol e pelo arghh… benfica…

Experiência:
Para tentar manter aceso o interesse pelos livros (ferramenta que lhe pode fornecer conhecimento sobre os assuntos / universos que lhe interessam mais) entrei numa loja de Mangá em Lisboa e encomendei duas bandas desenhadas dos Pokémon. Como não havia na biblioteca tive de ir à livraria. E como não havia em português, comprei em francês. Se os japoneses lêem isto “às catrefadas” e são génios tecnológicos… não lhe pode fazer mal (pensei).

Observação:
A primeira observação é que agora tenho de ler a hora do conto antes de dormir em francês (voz alta) seguido de uma tradução rudimentar para português (voz alta) com o dedo a apontar para os personagens que estão a falar. É muito cansativo (a hora do conto em banda desenhada já é cansativa de per si, pois temos de mostrar às crianças qual é a vinheta que estamos a ler e a personagem que está a falar), os diálogos ficam pouco naturais, mas o Filipe gosta bastante. Temo no entanto que as histórias cheias de onomatopeias e com uma tradução má possam não enriquecer, por aí além, o seu vocabulário. Entretanto observámos também que o Filipe voltou a carregar a mochila de livros (Pókemons) para levar para a escola. O gosto pelos livros (pelo menos por alguns livros) regressou…

Conhecimento:
Para já ainda não é possível produzir conhecimento, mas as grandes questões ficam em aberto e o tempo irá certamente responder… Será que o método vai manter acesa a chama dos livros? Será que a tese defendida por alguns de que a leitura excessiva de mangas conduz à inexoravelmente a um futuro promissor na investigação científica e no domínio do idioma japonês?... Ou como dizem outros ao mundo do crime e à violência?...

A ver!

P.s.: o universo Pokémon é confuso e marado mas as histórias até têm a sua graça e o desenho (a preto e brando) é muito parecido com o do Osamu Tezuka. Tá-me a dar gozo ler aquilo à noite.
KUSAKA, Hidenori; MATO – Pokémon: la grande aventure. – Glenat, 2001-2002. 6 v.

terça-feira, setembro 11, 2007

Nature finds its own ways

Como se sabe, até ao final do período triássico viveram, no Planeta Terra, Tenebrosos Bibliotecarius que tinham o terrível hábito de colocar o dedo indicador na vertical entre a boca e o nariz e emitir um vigoroso “CHIIIIUUUUU”, sempre que algum leitor menos silencioso ousasse expelir o mínimo ruído ligeiramente perturbador. Ao que parece este hábito foi sendo gradualmente extinto e na era Mesozóica já era difícil encontrar Bibliotecarius com esta característica dos seus antepassados.

A extinção desta particularidade ocorreu há cerca de 230 milhões de anos atrás, contudo o famoso etnólogo John Reading, descobriu recentemente nas Bibliotecas de Lisboa que o fenómeno, embora extinto nas espécies bibliotecarias, voltou a aparecer nos leitores que tomando eles próprios a iniciativa emitem enérgicos “CHIIIIUUUUU” com uma frequência média de um chiu por hora. O fenómeno ultrapassou a fase dos “ultra sons” e já é captado pelo ouvido humano (embora a frequência seja mais baixa que no período Triássico). Entretanto, a corrida às Bibliotecas de Lisboa já começou e as agências de viagens estão no campo a fazer campanhas especiais para turistas etnográficos, que munidos de gravadores e máquinas de filmar vêm registar esta fantástica descoberta científica.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Ensaio sobre a arrumação dos livros

Cartoon Brew; Beco das Imagens

«Uns amigos nossos ausentaram-se de casa por uns meses e resolveram entregá-la a um decorador para a arranjar a seu gosto. Quando regressaram descobriram que os livros da biblioteca (mais de 10.000) estavam arrumados por cores e tamanhos. Passado algum tempo, souberam que o decorador tinha sofrido um acidente de automóvel fatal e nesse dia, durante o jantar, todos concordaram num ponto: "a justiça foi feita!"».

A propósito. Esta ilustração não tem nada a ver com nada.

FADIMAN, Anne – Ex libris: confessions of a common reader. New York: Farrar, Strauss and Giroux, 1998. ISBN: 0-374-52722-9.

I'm back!


Grandes momentos na história das bibliotecas e outros desastres humanitários:

Babilónia 3000 a.C – um bando de sumérios muito zangado destrói a biblioteca de Bagdad;
Anatólia 1900 a.C – uma chusma de hititas embezerrados arruínam a biblioteca central de Hattusa;
Fenícia 900 a.C – alguns assírios insatisfeitos com os fenícios resolvem dar cabo das salas de leitura de Tiro e Sidon;
China 500 a.C. – o imperador Lao Tze manda destruir todas as bibliotecas públicas e enterrar os respectivos bibliotecários vivos (subsistem dúvidas em enquadrar esta última medida como desastre humanitário – para alguns tratou-se de uma deliberação positiva);
Egipto 50 a.C. – Júlio César manda incendiar a famosa Biblioteca de Alexandria;
Roma 390 d.C. – horda de visigodos e ostrogodos rebentam com as 28 bibliotecas Ulpianas;
Palestina 637 d.C. – canalha de árabes parte aos bocadinhos a Biblioteca Cesariana;
Al Andaluz 1045 d.C. – Califa Omar manda para abate os 400.000 livros da Biblioteca de Córdova, com a excepção do Al-corão;
Lisboa 1755 d.C. – Terramoto seguido de maremoto destrói a Biblioteca do Paço;
Morávia 1805 d.C. – Napoleão saqueia a biblioteca imperial da Áustria;
Bélgica 1940 – Numa acção de blietzkrieg extremamente rápida a Wermarcht e a Luftwaffe arrasam a Biblioteca de Lovaina;
Goradze 1994 – A artilharia sérvia-bósnia bombardeia a Biblioteca de Sarajevo;
Portugal 1996 d.C. – João Soares é eleito Presidente da Câmara de Lisboa;
Portugal 3 de Setembro de 2007 d.C. – O bibliotecário anarquista regressa de férias.