Chiuso per ferie = Cerrado para vacacciones

BOAS NOTÍCIAS!... Este e-p@squim está temporariamente encerrado. Problemas com a justiça, impostos, saúde e mulheres levaram o responsável por este magnífico blogue a ausentar-se em parte incerta. Regressamos em Setembro a partir da clandestinidade...

Breaking news!

A Biblioteca Municipal Central de Lisboa (Palácio Galveias), depois de 70 anos de hibernação, volta a ter uma secção (estante) de Banda Desenhada na zona de adultos. A partir de agora estão reunidas todas as condições para que Lisboa, tal como Barcelona, obtenha uma taxa de empréstimo domiciliário de 350.000 exemplares de BD por ano.

A Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva (Braga) prepara-se para realizar um magnífico Workshop de Banda Desenhada "Os segredos da banda desenhada", no dia 28 de Julho (amanhã), pelas 15h00, sob orientação de Carlos Tavares Dias, para jovens a partir dos 15 anos.

Não percam!

Serviço de aquisições: mangá intervencionista

A mangá (banda desenhada japonesa) é um meio de expressão que está muitas vezes associado a um ou vários géneros, como por exemplo “acção”, “ficção científica”, “fantástico”, “histórias com samurais”, “romântica” (feminina), “cute robots”, etc. O que a mangá não está certamente associada é à ficção (ou literatura gráfica) realista e com preocupações sociais.

A este respeito, há duas semanas o «Courrier Internacional» teve como tema principal a «crise social» no Japão. Diversos artigos debruçavam-se sobre o aumento da precariedade, a degradação das condições de trabalho dos mais desfavorecidos, o ressurgimento dos sindicatos e de novos tipos de sindicatos (que utilizam como hinos temas de bandas punk britânicas), o crescimento do número de jovens mal pagos que vivem de biscates – os freeters, a geração perdida, sem futuro («No future / The Clash»). Escreveu também sobre os cafés «mangá kissa» abertos 24h por dia onde se pode ler banda desenhada (têm milhares de mangás à disposição dos clientes), comer e dormir numa «gaveta» com acesso à Internet (e que ficam mais baratos do que o bilhete de comboio que levaria os jovens trabalhadores de regresso a casa). Dedicou ainda algumas linhas à mangá que aborda com frontalidade assuntos que podem incomodar o poder. A mangá testemunha da injustiça social. As suas referências foram então para Yoshihiro Tatsumi, autor que nos anos 50 realizou inúmeras mangás cujo tema central eram a pobreza e a miséria (foi neste sentido o pai da mangá para adultos).

Mais recentemente, temos autores como Shinichi Sugimura («Dias polis»), Usamaru Furuya («O círculo suicida») e Seiji Toda («Shiawase») que se inspiram sobretudo em assuntos como «as dificuldades dos jovens para orientar-se numa sociedade que perdeu todas as referências» ou nas difíceis condições de vida dos emigrantes.

Livros e autores novos a explorar…

Boas leituras.

Querido diário

Hábitos de leitura no primeiro ano

No domingo passado encontrámos em casa da avó umas tias afastadas que ao conhecerem o Filipe logo perguntaram:
...
P – Então, Filipe, já sabes ler?...
F – Sim!
P – E tens lido muito?...
F – Sim tenho!... Ainda agora li pelo caminho duas “CLÍNICAS DENTÁRIAS” e uma “LAVANDARIA”.

Empréstimo pago nas bibliotecas: o império contra ataca

Na 2ª Era do Império..., Darth Vader, o temível Senador Galáctico aclama a Directiva 92/100 CE (relativa ao direito de comodato). Esta directiva pertence a um ambicioso projecto imperial denominado “Estrela da Morte” que tem por fim instalar o empréstimo pago nas Bibliotecas Públicas da Galáxia.

Contudo, 5 anos após a aclamação do terrível projecto a Aliança Rebelde continua a fugir à ameaça imperial. Os Rebeldes comandados por Han Solo, Luke Skywalker e pela bela Princesa Leia resistem à Directiva e proclamam o célebre Decreto-Lei 332/97 – segundo o qual todos os Humanos, Dróids, Jedis e até os tenebrosos Yuuzhan Vong podem continuar a gozar o empréstimo domiciliário gratuito em todas as Bibliotecas Públicas Galácticas.

Porém, os rebeldes acabam por ser descobertos. Darth Vader não está pelos ajustes e ataca os nossos heróis através dos poderosos AT-AT (tanques de guerra gigantescos). Darth Vader está obcecado com o empréstimo pago e promulga um novo Acórdão do Tribunal de Justiça de 6 de Julho da II Era que obriga os rebeldes a reverem a isenção do empréstimo pago em todas as bibliotecas públicas.

A última esperança reside agora no andróide R2-D2 que seguindo o espírito de Obi Wan Kenobi vai para o planeta pantanoso de Dagobah (Assembleia da República) negociar a isenção para todos os Humanos, Dróids, Jedis e inclusivamente para os horríveis Yuuzhan Vong, que têm o cruel hábito de não devolver os livros emprestados...

May the force be with you!

Tropecei nos Peanuts e resolvi roubar esta tira…

© Charles Schulz

Há mais aqui

Bibliotecário da antiguidade escreve blogue

Ilustração de Dany Torres

E se um dia chegasse ao trabalho e encontrasse as portas fechadas, o edifício destruído e a colecção completamente queimada?... Não!... Não estou a falar do fim do IPLB (Instituto Português do Livro e das Bibliotecas), mas da Antiga Biblioteca de Alexandria.

Estamos no ano 415 d.C. e toda a Alexandria está cercada por judeus, cristãos coptas e outros bárbaros. Yarrl "O Bibliotecário" resolve então dar início ao seu novo blogue sobre a vida, o tempo e o trabalho na grande Biblioteca de Alexandria e aproveita também para escrever sobre religiões, intolerância, fundamentalismo e a sua influência na actividade da biblioteca.

A ideia deste maravilhoso blogue partiu de Larry Greenwood (um bibliotecário reformado) e na verdade só lamento não ter sido MINHA in the first place… Arghh! Como te odeio Larry!...

Não percam: http://alexandrinelibrarian.blogspot.com/

Lista recomendada de bandas desenhadas para jovens adultos

A ALA (American Library Association) a YALSA (Young Adult Library Services Association) publicaram a lista oficial de bandas desenhadas de 2007 destinadas jovens adultos, para as bibliotecas públicas norte-americanas. Desgraçadamente, nenhum dos títulos existe publicado em português. Será que a publicação de banda desenhada em Portugal morreu e ninguém me avisou?...

Saiba tudo aqui ou aqui…

O sambinha dos metadados: um «case study» de satisfação dos utilizadores

Foto: Señor Coconut

Aparentemente a recuperação da informação e a dança afro latina são dois conceitos distantes, duas realidades longínquas. Uma é ciência da pesquisa de documentos que pode ser efectuada sobre os próprios documentos, através de metadados ou em bases de dados (tanto relacionais como hipertexto). A outra é, por seu turno, uma arte cénica ou forma de entretenimento que se expressa através de movimentos corporais coreografados ou improvisados com ritmos calientes.

Parece que nada têm em comum uma com a outra. São áreas tão distantes que nem se conhecem… Bem! Na verdade nos países tropicais nem sempre é assim e por vezes o final do processo de recuperação da informação pode mesmo desencadear um novo procedimento de… ritmos brasileiros, música e dança. Foi de facto o que aconteceu há cerca de dez anos na Biblioteca Nacional do Brasil quando um extraordinário utilizador entrou na sala de leitura e pediu um livro sobre orixás. A bibliotecária atendeu o pedido e no momento em que entregou um exemplar com o assunto pretendido, o utilizador ficou tão satisfeito que começou a cantar e a dançar, agarrou na bibliotecária e deu início a um inusitado baile...

A ideia é interessante, mas o que gostava mesmo era de assistir a uma monumental “desbunda” latina no Round Reading Room do British Museum.

KAZ, Roberto – Os sonolentos da BN: tem gente que adentra a Biblioteca Nacional com objectivos não muito académicos. In: Boletim da Biblioteca Nacional. 2006.

P.s: Um abraço ao Henrique Barreto Nunes que fez chegar a informação.

O blogue do Gaspar

Agora que este blogue anda meio xôxo (lets face it! este blogue sempre foi meio xôxo) aproveitem para visitar a preços «low cost» um blogue a sério! Um blogue macho! O Adrian & Pandora (quem no se lembra do Adrian Mole?), um blogue para acabar com todos blogues... sobre teenagers, borbulhas, bibliotecas, depressões e crises existenciais.

Oh Pandora!

I adore ya

I implore ye

Don’t ignore me

A. Mole

Já não há desculpa para não actualizar, definitivamente, as hiperligações deste maldito blogue…

As bibliotecas, os livros e a leitura nas eleições autárquicas – Movimento Lisboa com Carmona

Fotografia sem referência [?]

Programa Eleitoral da Candidatura «LISBOA COM CARMONA» encabeçada por CARMONA RODRIGUES.

«...
Vivências de Cidade e Bairro
Incentivar a interacção entre os lisboetas e as bibliotecas de forma a criar hábitos de leitura, particularmente entre os mais jovens, e promover a utilização dos espaços para outras actividades;

Desenvolver programas especialmente vocacionados para os diversos grupos etários;

Desenvolver actividades que contemplem contrapartidas culturais à leitura dos livros, realizadas em parceria com as escolas, e envolvendo os professores das diferentes disciplinas;

Proporcionar o acesso à Internet [JÁ EXISTE NA QUASE TOTALIDADE];

Utilizar as bibliotecas de bairro para apoio à realização de actividades extra-curriculares dos estudantes;

Dotar a Hemeroteca Municipal com os meios que permitam a melhor reservação e enriquecimento.
…
Potenciar o Gabinete de Estudos Olisiponenses, enquanto biblioteca especializada a que recorrem todos os que se interessam pela investigação e pelo conhecimento da história da cidade.
…

Criar o Projecto ”voluntariado sénior”, atribuindo funções de responsabilidade comunitária ao nível da verificação do estado da conservação das calçadas, limpeza de ruas, vigilância de crianças, guias em jardins ou bairros históricos, ou colaboração em bibliotecas, em estreita articulação com o Banco de Voluntariado para a Cidade de Lisboa».

Serviço de aquisições

Kiki de Montparnasse, 1901-1953. De seu nome Alice Prin foi cantora, actriz, modelo e pintora. Francesa, nasceu em Chatillon-sur-Seine. Filha ilegítima, criada na pobreza pela sua avó materna, foi enviada para Paris aos 12 anos para ser educada e aos 14 começa a pousar nua para diversos escultores, transformando-se depressa num modelo muito popular. Em 1921 torna-se companheira e modelo preferido de Man Ray (famoso fotógrafo) que lhe tira centenas de fotografias, nomeadamente a célebre foto a preto e branco «Le violon d’ingress» de uma mulher nua sentada de costas com as aberturas de um violoncelo...

Nos anos 20 é uma das figuras centrais da “cena artística” de Montparnasse (Paris) pousando para dezenas de artistas como: Soutine, Foujita, Picabia, Jean Cocteau, Alexander Calder, Kisling e outros.

Para os autores desta homenagem Kiki foi uma das primeiras mulheres verdadeiramente independentes. Tal como sucedeu com o livro de Tina Modotti (Angel de la Calle) esta é mais uma biografia recomendada de uma mulher misteriosa e fascinante que viveu numa época excepcional (de utopias políticas e artísticas, no tempo que mediou as duas grandes guerras) da nossa história.

Enviar de imediato para a estante das novidades ou sugestões de leitura… (pena ser em francês…)

CATEL; BOQUET, José-Louis – Kiki de Montparnasse. Paris; Bruxelles: Casterman, 2007. 384 p.

Uma escapadinha a Castelo Branco

Ilustração de Katehrine Streeter

«A nova Biblioteca Municipal de Castelo Branco, situada junto ao antigo quartel de Cavalaria na Devesa, está aberta ao público». In: http://www.cm-castelobranco.pt/

Inaugurou-se esta semana mais uma Biblioteca Pública de grande dimensão. Trata-se da nova Biblioteca Pública de Castelo Branco – uma nova BM3. As Bibliotecas Municipais Tipo 3 (BM3) são dimensionadas para os concelhos com mais de 50.000 habitantes e deverão ter um átrio de atendimento com mais de 150 metros quadrados, uma secção de adultos com 650 metros quadrados e uma secção infantil com mais de 400 metros quadrados. Na sua colecção deve existir um número superior a 35.000 livros e 3000 documentos não livro para os adultos enquanto na secção infantil deverão existir mais de 12.000 livros e 1500 documentos não livro. As BM3 têm ainda de adquirir anualmente 4000 livros e 500 documentos. Deverão contar, por último, com um mínimo de 26 funcionários dos quais 3 serão técnicos superiores, 12 serão técnicos profissionais e um será assistente administrativo. Estes números não são megalómanos. São NORMATIVOS e foram publicados pelo IPLB – que agora passou a DGLB (Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas), tendo em conta as orientações internacionais da UNESCO e da IFLA (International Federation of Library Association). Lisboa, a capital do país, deveria ter equipamentos de dimensão ainda maior do que as BM3, mas na verdade as suas melhores bibliotecas (a que têm maior movimento – Orlando Ribeiro, Central e Camões) não se aproximam de uma BM3.