quarta-feira, março 21, 2007

To Azores or bust


Para o Grande Congresso dos Bibliotecários Arquivistas e outros Druidas nas longínquas Ilhas … Não esquecer de levar: pasta de dentes, cartão multibanco, telemóvel, documentos, seis mudas de cuecas e meias, sapatos, roupa lavada, óculos, bombinha da asma, material para a acção de formação, pen drive com as comunicações e powepoints, agenda especial de bibliotecário, contactos dos colegas, morada do hotel, telemóvel, carregador, guia dos açores, um livro, poção mágica… e acho que é tudo. Ou estou-me a esquecer de algo?...

Lema alternativo do congresso:

«PESSOAS DA MESMA PROFISSÃO NUNCA SE REUNEM SENÃO PARA CONSPIRAR CONTRA O PÚBLICO EM GERAL», Robert Anton Wilson.

Sinalética em bibliotecas

«In a successfully planned library interior, all the design elements work together in harmony to provide a functional, convenient and attractive building…»

Vejamos...

«A biblioteca pública tem por funções criar e consolidar hábitos de leitura desde os primeiros anos e estimular a criatividade e imaginação das crianças».


«O profissional de referência tem como trabalho assessorar e proporcionar TODAS as informações que sejam solicitadas pelos utilizadores de forma rápida, eficaz e científica…»

Creio, no entanto, que estes sinais ficariam "melhorzinhos" com um design do Jorge Silva e desenhos do Filipe Abranches...

Ideias, texto e fotografias roubadas descaradamente a http://lisdb.blogspot.com/. Aguardo, com serenidade, pelo competente processo judicial.

terça-feira, março 20, 2007

Censura en la frontera


Ilustração de Javier Olivares

Calexico (California), Jesse Coltrane, o bibliotecário público, tenta em vão convencer o mayor, Joey Burns, a não retirar da lista de compras a obra de referência «The cannabis bible : a complete guide to growing marijuana»...

domingo, março 18, 2007

A pergunta mais «weird»


Utilizador - Têm livros aqui?...

quinta-feira, março 15, 2007

Il monstro


Ilustração de Lewis Trondheim

O DEPÓSITO LEGAL é a entrega obrigatória de um ou vários exemplares de toda e qualquer publicação feita a uma instituição pública para tal designada. Em Portugal essa instituição é a Biblioteca Nacional.

Serve para «defesa e preservação da língua e dos valores da cultura portuguesa», «para a constituição e conservação de uma colecção nacional» e para o «enriquecimento das bibliotecas».

No seu âmbito é obrigatório o depósito de TODOS os: livros, brochuras, publicações periódicas, separatas, atlas, cartas geográficas, mapas, quadros didácticos, gráficos estatísticos [puf!… puf!…], plantas, planos, obras musicais impressas, programas de espectáculos, catálogos de exposições, bilhetes postais ilustrados [arf!... arf!...], selos, estampas, cartazes, gravuras, fonogramas, e videogramas, obras cinematográficas, microformas, [microrganismos JÁ AGORA!...] e outras reproduções fotográficas.

Quem “beneficia” (beneficia... ah…ah…ah… that kills me!...) deste instituto? A Biblioteca Nacional, dez bibliotecas em território nacional, uma no Brasil e outra em Macau.

Podem as bibliotecas escolher os documentos que lhes interessam? Podem… na civilizada Inglaterra… Em Portugal têm de “gramar” com tudo!...

Mais ou menos quantos documentos cada biblioteca tem de ir buscar por mês?... Excluindo o resto da papelada, mais CDs e DVDs, só em livros são cerca de 300 por mês, o que dá uma estante extra (tamanho médio) por mês. Creio pois que o Depósito Legal de Documentos para funcionar com padrões mínimos de qualidade devia ser acompanhado de um Depósito Legal de MOBILIÁRIO DE ARQUIVO e de outro Depósito Legal de EMPREITADA ANUAL PARA CONSTRUÇÃO DE MAIS UM ANEXO DE UM HECTARE À BIBLIOTECA…

Podem as Bibliotecas descartarem-se de documentação sem interesse para a leitura pública? A Biblioteca Nacional NÃO!... As outras PODEM porque a sua missão não é a de ser uma memória nacional e porque como a própria lei indica: o depósito legal serve para a constituição e conservação de UMA, não treze, colecções nacionais.

Mas esta é apenas a opinião de um anarquista dumb e não do Presidente do Tribunal Constitucional.

Em Portugal o Depósito Legal é regulado pelo Decreto-Lei n.º 74/82 de 3 de Março.

Até à próxima e boa sorte,

sábado, março 10, 2007

Bienvenido a Tijuana


Ilustração José Gaudalupe Posada


Tijuana, 10 de Março de 2007. Porfirio Juarez, o director da Biblioteca Popular Emiliano Zapata, pensa no que lê… «los bibliotecarios deben suministrar consejo político desinteresado, conforme a la ética profesional y cumplir la decisión de los elegidos. Suyas convicciones políticas son irrelevantes». Esto es lo que está escrito en el libro del gringo, y creo que es cierto… pero que hacer cuando hubo fraude electoral?...

sexta-feira, março 09, 2007

Mangá: rápida análise swot

Mangá – AMEAÇA OU OPORTUNIDADE única para promoção da leitura?

Em todo o mundo desenvolvido a leitura de mangá por adolescentes (de ambos os sexos) está a explodir. Para além do Japão (onde se continuam a vender milhões de mangas semanalmente) também nos EUA, Canadá, Inglaterra, França, Bélgica, Espanha, Itália, Alemanha, países nórdicos, etc… a mangá é uma autêntica mania.

A França, país tradicionalmente produtor de banda desenhada, tem 45% do seu mercado dominado pela BD de influência nipónica e o mesmo sucede nos EUA. Os ingleses também já se aperceberam do fenómeno e encomendaram atempadamente mangas para os seus clássicos…. Ou seja, os países mais desenvolvidos vêem cada vez mais os seus teens a adquirir hábitos de leitura através da… mangá.

E em Portugal?... No culus mundi continua a não haver grandes sinais desta explosão. As editoras lusas permanecem meio-adormecidas. Nas bancas pouco ou nada se vê. Os nossos teenagers inconscientes continuam a não ler… nada… As bibliotecas públicas não têm oferta de mangá. As escolas também não. Creio mesmo que para os teóricos do Plano Nacional de Leitura (que recomendam para os nossos adolescentes a leitura de banda desenhada demodé de meados do século passado) a palavra mangá não signifique muito mais do que um fruto tropical.

Ou muito me engano ou com um incentivo destes à leitura dos adolescentes e daqui a trinta anos seremos o país com os recursos humanos menos qualificados do mundo e sem quaisquer hábitos de leitura lúdica ou técnica.

Duomo arigatô!

O bibliotecário progressista

Ilustração: Justin DeGarmo

Na Biblioteca Comunitária de Kosice, Floriano Mrozek o director está impaciente.
- «C’os diabos!... Isto de ser politicamente neutral só me tem trazido problemas... o Ulrich dos bombeiros é amigo do presidente e nunca tem dificuldade em arranjar dinheiro para a corporação. O Sebastien da filarmónica é primo do vereador e tem a orquestra sempre a brilhar. Wretzky, o gordalhufo da polícia, lá conseguiu fundos desta vez para as obras no refeitório e até a Tatiana da escola de sapateado não teve dificuldade em arranjar dinheiro para as obras nos camarins municipais depois de ser ter inscrito no Partido do Progresso e Vanguarda... Eu é que não me safo. Ando para aqui macambuzio e nem sequer tenho meios para comprar um folheto em segunda mão na livraria do Anatole. Isto tem de acabar, ai tem tem! O preço da neutralidade política tem sido a negligência e a indiferença do público e do poder local... kaput!...»

Este post foi um infeliz encontro entre o José Carlos Fernandes (autor de BD) e Bob Usherwood (professor de biblioteconomia radical). Infeliz porque na verdade Floriano Mrozek não está a seguir o caminho da biblioteconomia progressista, mas antes o caminho do clientelismo político.

terça-feira, março 06, 2007

Serviço de aquisições

Três gerações de mulheres iranianas de «boas famílias» a tomar chá e a conversar, parece normal... contudo os temas principais do cházinho são, nada mais nada menos que o prazer sexual, os homens, os maridos, os amantes, a virgindade, o casamento e outras histórias paranormais ou hilariantes de cama. Histórias ilustradas num traço simples que levantam o véu das vidas privadas de mulheres iranianas, que podiam ser chinesas, portuguesas, ou libertinas de São Francisco nos anos 60...
Choque de civilizações? Ou ligação cósmica entre as mulheres de todo o mundo?... É a pergunta que fica depois de ler o surpreendente «Embroideries» de Marjane Satrapi (Teerão 1969). A autora recebeu, entre outros, o prémio Alex Award da American Library Association. Não percam!... Estão, provavelmente, diante da melhor autora contemporânea de BD.

domingo, março 04, 2007

As bibliotecas do povo


Petrogrado (antiga São Petersburgo), 1 de Maio de 1919. A biblioteca bolchevique criada por camponeses dois anos antes está à pinha. Aleksei Bukonov, o bibliotecário, prepara-se para dar uma prelecção ao povo dando a conhecer os novos decretos e ordens do governo soviético. O público é tão vasto que ocupa todos os bancos e cadeiras, sentando-se até no chão. A biblioteca bolchevique, ao contrário das antigas bibliotecas burguesas, já não é um lugar neutral. É uma biblioteca do proletariado, que serve os interesses do povo incondicionalmente. Uma biblioteca que não é apenas uma testemunha das mudanças na sociedade, mas que tem também o poder de provocar mudanças na sociedade...

Fonte de inspiração: USHERWOOD, Bob – A biblioteca pública como conhecimento público. – Lisboa : Caminho, 1999.

Bob Usherwood é, na minha modesta opinião, uma espécie de Noam Chomsky das bibliotecas.

quinta-feira, março 01, 2007

Breaking news!


Ilustração: Justin DeGarmo


A famíla Fletchall está ligeiramente indignada com a biblioteca pública de Maryville. Foram vítimas de um terrível incêndio, que lhes destruiu por completo a casa e, ainda assim, receberam uma simpática carta da biblioteca a exigir a inclusão dos livros requisitados (destruídos pelo fogo) na lista de bens a serem pagos pela seguradora... É nestas ocasiões que de facto verificamos como as bibliotecas e os livros são os nossos melhores amigos.


Fonte: http://www.lisnews.com/