sexta-feira, junho 29, 2007

As bibliotecas, os livros e a leitura nas eleições autárquicas – Partido Popular

Fotomontagem «To read or not to read?» de Recp Gulec.

O candidato do Partido Popular TELMO CORREIA no seu programa de candidatura também não faz qualquer alusão ao assunto.

quinta-feira, junho 28, 2007

A frase do dia

Ilustração de Lorenzo Mattotti

«Las bibliotecas públicas no reúnen colecciones para conservarlas para la posteridad, sino para prestar servicios a los ciudadanos de hoy dia».
HERNANDÉZ, H. - Las bibliotecas públicas en España: una realidad abierta. In: Las bibliotecas públicas en España: una realidad abierta. Madrid: Dirección General del Libro, Archivos y Bibliotecas; Fundación Germán Sánchez Ruipérez, 2001.

Abate de espécies e expurgo

Fotografia de Rob Duiser

Conversa privada com um familiar:
F. – Adalberto!... Tenho uma série de livros velhos e cassetes betamax na minha garagem e se calhar podia dá-los às tuas bibliotecas?... É que em casa já não tenho espaço.
A. – Se são velhos, provavelmente não interessam. O mais certo é irem parar directamente ao abate.
F. – O quê!... AS BIBLIOTECAS DEITAM FORA LIVROS?...
A. – Sim, deitam...
...

«Denominado também como selecção negativa, está relacionado com o envelhecimento das colecções das bibliotecas. Trata-se de um processo que visa seleccionar documentos para retirá-los das referidas colecções e que pode ter por objectivo solucionar problemas resultantes da falta de espaço, eliminar exemplares envelhecidos, estragados, deteriorados ou duplicados desnecessários, manter a pertinência das colecções, eliminar documentos sem interesse para os leitores, facilitar o manuseamento das colecções, etc.»
(In: Dicionário Enciclopédico de las Ciências de la Información. Madrid: Sintesis, 2004).

Trata-se e um serviço essencial para garantir a colecção como um corpo vivo e não algo estático. Este serviço deve ter uma maior dimensão e peso nas bibliotecas públicas do que nas bibliotecas nacionais ou de preservação.

sexta-feira, junho 22, 2007

Serviço de aquisições


Um livro de viagens alternativo. Um romance gráfico de viagens. Uma bd de viagens… Não sei!... Em «A few perfect hours and other stories from southeast asia and central Europe» Josh Neufeld conta-nos pequenos excertos em tom cómico e dramático de viagens e estadias em lugares como a Thailândia, Singapura, ex-Jugoslávia, etc., tudo na companhia da sua namorada (traveling companion e life companion) Sari Wilson.
A oposição entre o sentido de aventura que se tem antes da partida com as tensões e medos que se vivem em pequenos momentos nos países e nas culturas diferentes, é magistral.
Resumidamente, são pequenos e deleitosos detalhes de viagem (slices of life) por um autor auto biográfico que se assume influenciado por Hergé e Joe Sacco. Uma muito agradável surpresa.

Bom fim de semana, e aproveitem para passar pelos jardins da Bedeteca de Lisboa para mais uma edição da Feira Laica.

As Bibliotecas, os livros e a leitura nas eleições autárquicas - Coligação Democrática Unitária

Fotografia de Victor Oknianski
Encabeçada por RUBEN DE CARVALHO a Coligação Democrática Unitária também nada diz sobre as bibliotecas...

As Bibliotecas, os livros e a leitura nas eleições autárquicas - Movimento «Salvar Lisboa»

O programa eleitoral do Movimento «Salvar Lisboa» dirigido por GARCIA PEREIRA não está disponível na NET e o manifesto eleitoral não tem qualquer menção ao livro e às bibliotecas

As Bibliotecas, os livros e a leitura nas eleições autárquicas - Movimento «Lisboa é Gente»

Fotografia de Ward Shortridge

Programa Eleitoral da Candidatura «LISBOA É GENTE» encabeçada por JOSÉ SÁ FERNANDES
«…

Cultura…
Criação de uma rede de bibliotecas de bairro. Em muitos municípios do interior existem já novas bibliotecas de leitura pública dotadas das melhores condições e oferecendo um serviço moderno, funcionando integradas na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP) do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB). Em comparação, no concelho de Lisboa o panorama é confrangedor e de carência quase total. Existem em todo o concelho apenas 11 bibliotecas e duas bibliotecas infanto-juvenis, para além da biblioteca central das Galveias. Tratam-se de bibliotecas de pequena dimensão que não oferecem (com excepção da de Telheiras) um serviço minimamente actualizado, nem cobrem as necessidades da população da cidade e dos seus bairros, tanto pela sua incipiente distribuição, como pelo seu pequeno número e ainda pela área reduzida, escassos serviços e recursos disponíveis em função da população que servem. A população de Lisboa está mais mal servida de bibliotecas públicas do que a da maioria dos concelho vizinhos e do restante país. Encontra-se em fase de projecto uma biblioteca central, inserida num projecto megalómano que pretende juntar no mesmo edifico o arquivo municipal, a biblioteca e um centro de congressos, cujas obras se encontram num estado inicial, tendo sido adjudicada apenas parte da obra. Dado o valor elevadíssimo do investimento implicado e a localização periférica dabiblioteca, num vazio urbano descaracterizado do vale Santo António, não nos parece ser esta uma solução correcta e eficaz para começar a resolver o problema da leitura pública em Lisboa, tanto mais que os serviços de tratamento técnico se encontram já a funcionar centralizados em edifício próprio. Construir uma grande biblioteca central, corresponderá neste caso a mais um investimento de fachada, que dará origem a mais um elefante branco com enormes custos de investimento e de manutenção.Seria mais eficaz e de maior alcance para a cidade, utilizar alternativamente o investimento previsto para apoiar o lançamento de uma rede de bibliotecas de bairro, funcionado com base nos serviços de tratamento técnico centralizados. Nesse sentido, propõe-se a interrupção das obras e a reavaliação do projecto e o lançamento de um novo processo que garanta à cidade e aos cidadãos um acesso à leitura pública, descentralizado e próximo do seu lugar de habitação, ou de trabalho.Esta intenção corresponderá a equipar cada bairro com uma nova biblioteca pública, construída de raiz ou recuperando edifícios existentes com condições suficientes para esse fim, correctamente dimensionada em função da população que serve e das características do bairro em que se insere. Bibliotecas com livre acesso aos documentos disponibilizando todos os tipos de suportes documentais, praticando o empréstimo domiciliário e fornecendo também o acesso às novas tecnologias deinformação e de comunicação. Num total, propõem-se, numa 1ª fase, 20 bibliotecas públicas integradas na cidade, de forma a serem acessíveis à população de cada bairro e ainda um número variável de bibliotecas mais pequenas distribuídas pelas freguesias. Num processo faseado, dando prioridade aos bairros mais populosos da periferia, tais como Benfica, Marvila, Lumiar, Carnide e aos bairros do centro histórico, tais como Alfama, Castelo, Moraria, Madragoa, Lapa, Bairro Alto, etc.»
...

quarta-feira, junho 20, 2007

As Bibliotecas, os livros e a leitura nas eleições autárquicas - Movimento Cidadãos por Lisboa

Foto de Lucas Oldhoff, Biblioteca Central de Vancouver

As bibliotecas no Movimento «Cidadãos por Lisboa» encabeçado por HELENA ROSETA


«Há um projecto extremamente determinante para a dignificação do trabalho, e suas condições há muito esquecidas, dos agentes e funcionários culturais da CML: a construção do novo edifício para o Arquivo Municipal e Biblioteca Central de Lisboa. É uma forma de dar vida ao lado oriental da cidade que, tal como a própria Cultura, se encontra esquecido e atirado para uma zona virtual da cidade que não se pretende mostrar a quem a visita. Temos o Centro Cultural de Belém no lado ocidental da cidade, a oriente também é Lisboa»

terça-feira, junho 19, 2007

As Bibliotecas, os livros e a leitura nas eleições autárquicas - Partido Social Democrata

Fotografia de Eric Lane


As Bibliotecas no programa eleitoral da candidatura «LISBOA À FRENTE» de FERNANDO NEGRÃO:

«Cultura
Linhas estratégicas:
Consolidação e inovação

O LIVRO E A LEITURA

• Reformular a Feira do Livro, aprofundando a relação de parceria com a APEL e a UEP, conferindo maior autonomia na realização e programação desta iniciativa e apoiando financeiramente a sua concretização;

Aumentar o número de bibliotecas municipais, de forma a criar melhores condições de proximidade e facilidade no acesso à leitura e ao conhecimento da população que vive, estuda e trabalha em Lisboa;

• Assegurar o número e o período das iniciativas destinadas à promoção do livro e da leitura, envolvendo parceiros do sector dos editores e livreiros.…»

quinta-feira, junho 14, 2007

As Bibliotecas, os livros e a leitura nas eleições autárquicas - Partido Socialista


Fotografia de Ty Fulyz

Como sabem Lisboa vai a votos, facto que aproveito para iniciar uma rubrica sobre «Que planos para as Bibliotecas Municipais de Lisboa»?

Comecemos então pelo candidato socialista, ANTÓNIO COSTA, que por mero acaso me cumprimentou hoje na rua, em plena campanha eleitoral.

Programa Eleitoral da Candidatura “Unir Lisboa” – Partido Socialista

«Serão promovidos os hábitos de leitura e a fruição cultural junto dos vários públicos através das seguintes medidas:
− Relançar, reforçar ou rever programas de leitura, oficinas de escrita criativa, etc., junto das populações escolares, de imigrantes, de idosos, na tentativa de criar comunidades de leitores, dando especial atenção aos grupos etários menos atraídos pela leitura (adolescentes e jovens adultos);
− Dinamizar edições, retomando colecções de divulgação da cidade ou iniciando novas colecções, com programas gráficos unificados em cada colecção, estabelecendo parcerias com editores e livreiros;
− Equacionar a questão da leitura pública desenvolvendo um estudo sobre a sustentabilidade dos equipamentos. Reavaliar os projectos existentes em função das necessidades da população local.
− Apoiar a requalificação da Feira do Livro, no que respeita à sua programação, comunicação e design.
− Assegurar a ligação em rede das bibliotecas escolares.
− Desenvolver projectos que visam permitir o maior acesso de todos à informação e aoconhecimento, apostando no emprego das novas tecnologias estimulando a relação dos públicos com as bibliotecas, nomeadamente através de:
- Catálogos e serviços em linha [JÁ EXISTEM DESDE 2003 aqui (?)]
- Fóruns de discussão na Internet
- Digitalização e disponibilização em linha de documentação
Formação de utilizadores, promovendo cursos de iniciação ao uso das novas tecnologias dirigidos especialmente para os info-excluídos.
− Reforçar o papel das Bibliotecas enquanto Centro de Recursos para população interessada na aprendizagem ao longo da vida.
Aquisição de documentação actualizada, reforçando as colecções bibliográficas e preenchendo lacunas existentes na documentação em suporte não-papel e outra documentação em língua estrangeira.− Reforçar o papel comunitário das bibliotecas, introduzindo serviços e produtos para outros públicos, não nacionais, tais como emigrantes e estudantes estrangeiros».

segunda-feira, junho 11, 2007

Querido diário,

Hoje ao entrar na casa de banho da Biblioteca encontrei um leitor a... FAZER A BARBA!
Espuma na cara, pincel em punho, a assobiar alegremente a «Garota de Ipanema» e totalmente indiferente à minha estupefacta presença que não tirava o olhar (com a habitual cara de imbecil) do descontraído "leitor". Será que de seguida se dirigiu à barbearia mais próxima para requisitar três livros?... Ou será que era apenas o famoso ogre das bibliotecas?...
Foto do filme «The man who wasn’t there» sobre "hábitos de leitura", "barba feita" e "asseio" três conceitos intimamente ligados…

domingo, junho 10, 2007

Querido diário

Foto, 1956

Na 6ª feira o Filipe acompanhou-me ao Palácio Galveias. À velhinha Biblioteca Municipal Central de Lisboa. Ao entrar na sala de leitura olhou para as estantes que se erguem até ao infinito e comentou: «Ena!... Isto deve ser a biblioteca de um gigante. Ou então é a CASA DE UM OGRE QUE COME LIVROS?!...»



«De armazéns de livros a símbolos culturais por excelência, as bibliotecas modernas já não devem ser tristes santuários dedicados ao saber. Cumprindo normas internacionais, elas são hoje objecto de uma gestão criativa e de uma decoração interior funcional e esteticamente inovadora».

UNESCO. IFLA.

Valha-nos allah!... Até o Pipo (o meu criativo enteado de sete anos) já percebeu aquilo que numerosos autarcas lisboetas ainda não conseguiram entender.
Pipo à presidência da CML, já!...

Serviço de aquisições

Baptiste-Marray é um escritor francês que toma o partido das bibliotecas na polémica em torno do empréstimo pago. Neste livro o autor denuncia em 10 pontos a insanidade do processo que recaiu sobre as bibliotecas e avança com seis propostas para as bibliotecas melhorarem os seus serviços. A comprar, tratar e EMPRESTAR aos leitores.

Anime, mangá e kamishibai em Pamplona

Começou nesta 6ª Feira e irá decorrer até Sábado dia 16 de Junho o Festival de Anime de Navarra (FAN 07). Para além das óbvias projecções de cinema, o festival conta ainda com uma programação especial na qual destacamos a mesa redonda promovida pela Biblioteca Yamaguchi (Pamplona) denominada «Mangá e bibliotecas públicas» (sábado 16 pela manhã) que terminará com uma representação de kamishibai (hora do conto e storytellling tradicional japonês)… que adoraria assistir.

A ideia da mesa redonda passa também por dar continuidade à colaboração iniciada no encontro «comics y bibliotecas» - Salão de Barcelona de 2007 e tem por finalidade falar sobre a presença da mangá nas bibliotecas públicas espanholas.

terça-feira, junho 05, 2007

The librarians of the round table…

Sabia que…
… na American Library Association (ALA) existe uma mesa (távola) redonda de profissionais da informação que se dedicam à divulgação e à comunicação de «História das Bibliotecas» aos estudantes e eruditos?

Saiba mais em: LHRT – Library History Round Table

segunda-feira, junho 04, 2007

Carpe parvulorum diem!

Ilustração de Leo Hillier sacada do «Beco das Imagens»

Junho de 1882, Hartford, Connecticut. Caroline Hewins prepara-se para ler uma história às crianças da comunidade [1]. Está a léguas de imaginar que o simples exercício que irá fazer será provavelmente o mais REVOLUCIONÁRIO SERVIÇO DE SEMPRE introduzido nas bibliotecas públicas mundiais. O sucesso desta iniciativa foi de tal maneira avassalador que a partir daí a «STORY HOUR» passou não só a fazer parte dos serviços da referida biblioteca num horário regular, como depressa se estendeu a todas as bibliotecas públicas norte americanas. Hoje em dia afirma-se mesmo que antes da constituição deste serviço e da vocação infanto-juvenil das bibliotecas não se podia falar propriamente em bibliotecas PÚBLICAS.

Em França estes ideais revolucionários das bibliotecas chegam apenas no primeiro quartel do século XX e, assim, em 1924 a «L’ HEURE DE JOYEUSE» é introduzida com enorme sucesso [2]. A partir de então o serviço infantil converte-se também num Novo Modelo de Bibliotecas que agora servem toda a comunidade (incluindo as crianças = parvulorum em latim) e não apenas uma minoria de eruditos.

Em Portugal só se pode falar com propriedade na «HORA DO CONTO» a partir de 1986 (114 anos depois da sua introdução nas bibliotecas norte americanas) com a constituição da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. Este serviço é um dos principais culpados do sucesso (sem paralelo no panorama cultural) das Bibliotecas de Nova Geração junto das respectivas comunidades.

O Bibliotecário Anarquista,
Lisboa, 30 de Maio de 2007
Feliz dia da Criança!
Carpe parvulorum diem!

[1] – REITZ, Joan M. – Dictionary for library and information science. Westport: Libraries Unlimited, 2004.

[2] – PARMEGIANI, Claude-Anne, dir. – Libros y bibliotecas para niños. Salamanca: Fundación Germán Sanchez Ruiperez, 1987.