sexta-feira, maio 29, 2009

667

é o número total de LEITORES ACTIVOS DE BANDA DESENHADA nas Bibliotecas Municipais de Lisboa. Hoje somos 667 amanhã seremos 667.667.
667. The neighbour of the beast.

V Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja começa já amanhã


quarta-feira, maio 27, 2009

nova biblioteca municipal josé saramago em almada

A título de curiosidade informamos que estamos perante a 127ª Biblioteca Municipal com o nome JOSÉ SARAMAGO, só no distrito de Almada.

segunda-feira, maio 25, 2009

«Dicas para promover a leitura de banda desenhada nas bibliotecas públicas»


Queridos colegas,
Está prestes a começar o 5º FESTIVAL INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA DE BEJA e, no sábado (30 de Maio) à tarde, estarei presente na Casa da Cultura para vos falar sobre promoção da leitura de banda desenhada nas bibliotecas públicas.
Iremos abordar:
- Colecções dinâmicas: selecção e aquisições (onde e como comprar), empréstimo massivo e abate;
- Jovem, sexo masculino, branco, classe média e cultura urbana: o falso mito do leitor de BD;
- BD infantil (pré escolar, 1º e 2º ciclos);
- BD para adolescentes (3º ciclo) – europeia, super heróis e mangá (incluindo raparigas);
- Adultos: europeia, super heróis, mangá e novelas gráficas;
- Marketing do livro;
- Clubes de leitura;
- Grupocomic: um grupo internacional de profissionais da bibliotecas públicas com o objectivo de promover a leitura de bd.
Informação sobre o festival disponível em http://www.festivalbdbeja.net/
Uma "palestra" recomendada também pela Associação Nacional de Estimulação Magnética Transcraniana e Combate à Insónia.

sábado, maio 23, 2009

The anarchist librarian's FABULOUS QUIZ

Quem é o autor da seguinte frase?
«Queimar um livro é trazer luz ao mundo»

Ilustração de Jean François Martin

- Nero (imperador romano)
- Goebbels (ministro alemão da propaganda)
- Raspunite (personagem na série Corto Maltese)
- Nachman de Bratislava (Rabi que julgava ser o messias)
- Um bibliotecário anónimo de Lisboa desesperado com a gestão de um depósito inóspito
- Bruno Paixão (árbitro de futebol)

Bibliófilos insólitos

Ilustração de Bjorn Rune Lie

Em 1880 William Blades, no seu livro «Enemies of Books», apontou como causas da destruição dos livros: o fogo, a água, o gás, o calor, o pó, a negligência, as CRIANÇAS e a CRIADAGEM.
Apreciei sobretudo a criadagem.

Fonte: BÁEZ, Fernando – História universal da destruição dos livros. Lisboa: Texto. 2009.

sexta-feira, maio 22, 2009

Breaking news

Depois de se saber que em algumas regiões remotas de África o SERVIÇO DE BIBLIOTECAS ITINERANTES É GARANTIDO POR CAMELOS, foram avistados diversos bibliotecários portugueses a rumar em direcção a Marrocos, no sentido de solicitar a troca da mulher por 50 BIBLIOBUS, ou mesmo por 100 caso sejam loiras.

Ooops! Acho que acabei de inventar uma nova TEORIA NEGACIONISTA DO BIBLIOCAUSTO

E tudo por causa de uma crítica ao livro «História Universal da Destruição dos Livros» que é devida ao autor, Fernando Báez, por não saber (ou não querer) distinguir duas situações absolutamente diversas em matéria de devastação bibliográfica, a saber:

- A DESTRUIÇÃO DA OBRA

e

- A DESTRUIÇÃO DE CÓPIAS

Em todo o mundo e em todas as épocas destruíram-se livros. Contudo nem sempre se conseguiu a DESTRUIÇÃO DA OBRA. E é apenas a DESTRUIÇÃO DA OBRA que se pode configurar num HOLOCAUSTO BIBLIOGRÁFICO.

E o que é a destruição da obra? Pergunta, desde logo, o leitor atento deste blogue (olá Mãe!).

É a destruição do único ou do último exemplar existente no mundo de qualquer produção humana de carácter intelectual ou artístico sem que essa produção possa ser reposta.

Assim, podemos afirmar com segurança que desde 1450, com a invenção da tipografia, a destruição da obra passou a ser rara, muitíssimo difícil senão mesmo impossível. As cópias (tiragens de livros), sendo numerosas, espelharam-se pelas cidades e pelos mais variados países. A sua destruição passou a ser uma tarefa ciclópica e “inglória” para os “mauzões”. Neste sentido as queimas de livros efectuadas pela Santa Inquisição ou pelos Nazis não passaram de meros actos simbólicos de censura. Graves, porque foram censuras acompanhadas de terror, mas não foram holocaustos bibliográficos. De nada valeu à igreja queimar cópias e cópias do «Alcorão» ou do «Inferno de Dante» porque o conteúdo esteve sempre a salvo. Assim como de nada valeu aos Nazis queimarem tudo, com excepção do Mein Kampf e de nada me valeu a mim destruir todos exemplares do Sport Lisboa e Benfica encontrados em minha casa, porque tanto O SANTO OFÍCIO, como o III REICH, como EU, por mais que tentássemos (eu pelo menos tentei arduamente)... apenas conseguimos DESTRUIR UMAS MISERÁVEIS CÓPIAS.

Contudo, houve grandes HOLOCAUSTOS BIBLIOGRÁFICOS ao longo da história da humanidade nomeadamente com o desaparecimento da grande maioria das tábuas de argila da antiga babilónia e suméria (mais de 2000 anos de conteúdos irremediavelmente perdidos sobretudo devido à erosão, catástrofes naturais e a guerras). A perda de inúmeros exemplares únicos de rolos de papiro da antiguidade (Egipto, Grécia e Roma antiga) ou de códices ao longo da idade média. A destruição de livros no extremo oriente (China e Japão) e na Índia anteriores à importação da tipografia. E também a devastação bibliográfica das civilizações Maia e Asteca, porque se tratavam de exemplares únicos que se perderam irremediavelmente, perdendo-se também o conhecimento e a memória dessas civilizações. Estes sim, são desastres de dimensão apocalíptica.

Gostaria de dedicar ainda uma nota adicional ao autor do livro escrevendo simplesmente que NEM TODA A DESTRUIÇÃO DE LIVROS (CÓPIAS) É MÁ. Por vezes a destruição de livros (cópias) é a única forma de GARANTIR A “SALVAÇÃO” DE OUTROS LIVROS (CÓPIAS) ELEITOS PARA NÃO SEREM DESTRUIDOS. Ou seja a DESTRUIÇÃO PARA EFEITOS DE PRESERVAÇÃO. Silly, isn’t it?... De qualquer modo esta nobre actividade acontece, sobretudo, por motivos de gestão do espaço. Se uma garagem tem apenas espaço para dois carros e temos de arrumar um terceiro, não nos resta alternativa senão a saída de um dos outros dois. Com os livros passa-se exactamente o mesmo. Só que a Biblioteca é a garagem e os livros são os carros. E fico-me por aqui em matéria de metáforas com garagens e carros.

Beijinhos a todos e bom fim-de-semana,

quinta-feira, maio 21, 2009

The anarchist librarian FABULOUS QUIZ

Indique-nos que biblioteca é esta:
- Biblioteca Municipal Central de Lisboa?
- Fresno's Public Library (Califórnia)?
- Biblioteca Municipal de Viana do Castelo?
- Bibliotéque Public de Lloret del Mar (Barcelona)?

Muito obrigado e não perca amanhã o
ANARCHIST LIBRARIAN'S MARVELOUS MAMBO

quarta-feira, maio 20, 2009

Querido diário

Hoje acordei com uma infinita vontade de provocar os meus queridos colegas das Bibliotecas Municipais da Área Metropolitana de Lisboa, informando-os que JÁ SÃO 10.000 (DEZ MIL), Repito: 10.000, o número de clientes com cartão das BLX que residem, não em Lisboa, mas nos vossos magníficos concelhos. Agora EMBRULHEM E EMPACOTEM!

E já podem refrear essas boquinhas do costume sobre as “nossas bibliotecas tão lindas e em Lisboa tão feias...”, porque já vos gamámos 10.000 clientes potenciais que agora são NOSSOS!

Ass.
Beto Mãozinhas (bibliotecário na Mouraria e que faz uns biscates em Marvila) - especialista em gamanço de utilizadores em cidades vizinhas.

E já agora, aquele “Picachu de Tróia” lá de cima foi feito por por um chavalo Hiroshi Yoshii que vive na Musgueira.

terça-feira, maio 19, 2009

Hum?


Seiscentos anos depois parece que as procissões regressaram ao Rossio e ao Terreiro do Paço. A boa notícia é que DESTA VEZ NÃO SE QUEIMARAM NEM JUDEUS NEM LIVROS. Menos mal.

segunda-feira, maio 18, 2009

Sabe quais são...

as freguesias de Lisboa com mais de 10% dos habitantes inscritos nas BLX?...
Isso mesmo!
- Santa Catarina
- Lumiar
- Mártires
&
- Sacramento
Ilustração de Ben Newman roubada no Beco das Imagens

Breaking news

Bibliotecas portuguesas, sem banda larga, garantem finalmente o acesso à Internet a TODOS OS CIDADÃOS que preencham este formulário EM PAPEL

sábado, maio 16, 2009

Mayday! Mayday! Precisamos de mais mangá



A Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro precisa de MAIS NOVIDADES DE MANGÁ com urgência, pois a colecção não chega para as encomendas. A título de exemplo as séries BLEACH e FULL METAL ALCHEMIST não param quietas nas estantes. Estão constantemente a ser requisitadas por teenagers inconscientes.
Por último, lembro as Bibliotecas da “Rede” Nacional de Leitura Pública, que estas séries se encontram editadas em português (Brasil) pelas editoras Panini Comics e JBC e estão à venda em diversas livrarias especializadas de Lisboa e do Porto.

Spanish librarians do it better!

Sabia que os autarcas da Catalunha, depois de tomar posse, são convidados a visitar a biblioteca pública… DA CIDADE RIVAL?

Ilustração de Gérard DuBois

sexta-feira, maio 15, 2009

Querido diário


Há dias encontrei o Zorg no metro. Como ele próprio se define, «Zorg – o único profissional da informação, que absolutamente DESCONHECE O CONCEITO DE INFORMAÇÃO».

Grande Zorg é o que é!

Bom fim-de-semana

terça-feira, maio 12, 2009

Respostas do bibliotecário


Querida leitora,

De facto no caso vertente estamos perante um conflito de valores fundamentais da nossa profissão. Por um lado o princípio da LIBERDADE INTELECTUAL e a garantia do ACESSO À INFORMAÇÃO solicitada pelos clientes / utilizadores da biblioteca, do qual decorrem os deveres de ISENÇÃO e de PROIBIÇÃO DA CENSURA. Neste sentido a sua postura foi a correcta.

Por outro lado temos os VALORES HUMANISTAS que norteiam o MANIFESTO DA UNESCO PARA AS BIBLIOTECAS PÚBLICAS como um serviço que deve ser prestado com base na TOLERÂNCIA E IGUALDADE RACIAL. Aliás, tanto a IFLA como a UNESCO condenam com firmeza a existência de documentação que incite ao ÓDIO e à VIOLÊNCIA RACIAL na biblioteca pública, pelo que SE CONSIDERARMOS (?) as teorias negacionistas do holocausto, como materiais de incitamento à violência e ao ódio racial – temos o dever de RETIRAR ESSAS OBRAS DA COLECÇÃO.

Por último, creio que não ficaria mal o regulamento da biblioteca prever também - à luz da Declaração Universal dos Direitos do Homem e da própria Constituição da República Portuguesa - A PROIBIÇÃO DE SIMBOLOS RACISTAS, NAZIS, FASCISTAS, OU ULTRA NACIONALISTAS DENTRO DA BIBLIOTECA. Assim a questão ficaria resolvida desde o início com um convite ao cavalheiro a SAÍR DA BIBLIOTECA.

Muito obrigado pela sua colaboração e disponha sempre,

domingo, maio 10, 2009

Cartas ao bibliotecário


Querido bibliotecário. Na semana passada recebi na minha biblioteca UM JOVEM SKINHEAD que me pediu bibliografia sobre as teorias negacionistas do holocausto. Tendo em conta o princípio da LIBERDADE INTELECTUAL E DO ACESSO À INFORMAÇÃO, que postulam a nossa profissão, atendi o rapaz com algum embaraço mas acabei por facultar-lhe um livro e vários artigos da internet sobre o tema. FIZ MAL?

quarta-feira, maio 06, 2009

Crise? Qual crise!

A evolução do empréstimo domiciliário de BANDA DESENHADA na Biblioteca Municipal Central deste Janeiro de 2007. O boom é registado em Dezembro de 2008 e coincide com a disponibilização de um pequeno investimento de mangá na língua inglesa. A média também saltou de 13 empréstimos mensais em 2008 para 46 em 2009.

Previsão para o futuro: gostaria de continuar a observar o gráfico com este registo de subida (seria facílimo com pequeníssimos investimentos), mas desgraçadamente os cortes draconianos no orçamento não me permitem acalentar grandes ilusões.

terça-feira, maio 05, 2009

Serviço de aquisições

Vicky Myron é uma ESCRITORA UM BOCABINHO PIOR que Borges, mas é SEGURAMENTE UMA BIBLIOTECÁRIA MUITO MELHOR. Apresenta-nos a biblioteca como um espaço colorido destinado à UTILIZAÇÃO MASSIVA PELA COMUNIDADE e consegue-o, ao contrário de Jorge Luís Borges que nos anuncia a biblioteca como imponente labirinto destinado à UTILIZAÇÃO EXCLUSIVA DE SI PRÓPRIO. Expõe uma visão dinâmica, não patrimonialista, da colecção. Valora a COMUNIDADE, que participa activamente (não passivamente) nas actividades da biblioteca. E tem uma postura pragmática, muito americana (em termos económicos) de que não se recebe nada sem dar algo em troca. Tirando isto, que é muito, o livro é uma lamechice pegada.
Uma palavra à tradutora, que não vive certamente numa cidade com uma biblioteca tão bem implantada como a de Spencer (a pequena cidade onde se desenrola a narrativa), senão saberia perfeitamente que STORY HOUR significa HORA DO CONTO e não “Hora das Histórias”. A culpa não é da senhora mas do seu município. Ou da sua biblioteca?

MYRON, Vicky – Dewey: o gato que comoveu o mundo. Caderno, 2008.

segunda-feira, maio 04, 2009

"Balder the Beautiful. Is dead, is dead!"

a JOAQUIM MESTRE (1955-2009). bibliotecário. escritor. responsável pela magnífica biblioteca pública de Beja.
Poema de Henry Wadsworth Longfellow
Ilustração de Susa Monteiro

domingo, maio 03, 2009

Rúbrica «Os meus heróis»


ZENÓBIA (240 d.C – ?)

Afinal OS ÁRABES ESTÃO INOCENTES, pois quando chegaram a Alexandria (séc. VII d.C) já pouco restava da grande biblioteca. Zenóbia, a bela rainha de Palmira (Síria), foi, ao que tudo indica, uma das grandes responsáveis pelo biblioclausto, pois no ano de 272 decidiu assaltar e arrasar Alexandria. Relatos da época garantem que AS PERSEGUIÇÕES CONTRA BIBLIOTECÁRIOS E LIVROS FORAM DESAPIEDADAS E DEVASTADORAS.
1737 anos após a ocorrência destes dramáticos eventos, o Governo de Portugal, inspirado no modelo de leitura pública do violento exército de Palmira, EXTINGUE A CARREIRA DE BIBLIOTECÁRIO E DE DOCUMENTALISTA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Fonte,BAÈZ, Fernando – História universal da destruição dos livros. Lisboa: Texto Editores, 2009.