quarta-feira, agosto 05, 2009
O bibliotecário Iñaki
Ilustração de André Lemos
Iñaki Ferrer, ex operador de charcutaria no Modelo Continente de Betoño não conseguia deixar de aplicar as pérfidas e malévolas técnicas do marketing consumista que aprendera anteriormente, ao seu novo posto trabalho de coordenador da Biblioteca Pública de Vitoria-Gasteiz.
Mal chegou colocou os livros mais caros e vistosos ao nível dos olhos num sedutor jogo de cores e iluminação. Os indispensáveis computadores e os apetecíveis materiais infantis foram despachados para o fundo da biblioteca obrigando os clientes a passar por todos os corredores até lá chegar e colocou em som de fundo uma abominável música de elevador que provoca nas pessoas uma VONTADE IRRESISTÍVEL DE LER LIVROS QUE NÃO PRECISAM.
Iñaki Ferrer, ex operador de charcutaria no Modelo Continente de Betoño não conseguia deixar de aplicar as pérfidas e malévolas técnicas do marketing consumista que aprendera anteriormente, ao seu novo posto trabalho de coordenador da Biblioteca Pública de Vitoria-Gasteiz.
Mal chegou colocou os livros mais caros e vistosos ao nível dos olhos num sedutor jogo de cores e iluminação. Os indispensáveis computadores e os apetecíveis materiais infantis foram despachados para o fundo da biblioteca obrigando os clientes a passar por todos os corredores até lá chegar e colocou em som de fundo uma abominável música de elevador que provoca nas pessoas uma VONTADE IRRESISTÍVEL DE LER LIVROS QUE NÃO PRECISAM.
O êxito foi retumbante. Ao fim de um ano 100% da população de Vitória estava inscrita na biblioteca e Iñaki candidatou-se a Alcaide.
terça-feira, agosto 04, 2009
Crítica ao programa eleitoral do PSD 2009-2013
Ilustração de Julie Mostard
E porque não critica V. Exa. o Programa Eleitoral do PSD em matéria de bibliotecas públicas? Pergunta o leitor atento deste, sei lá... coisinho na internet.
Simplesmente porque o PSD, num rasgo de GENIALIDADE POLÍTICA, adoptou uma estratégia que IMPOSSIBILITA A CRÍTICA ao seu programa designadamente através da AUSÊNCIA DE PROGRAMA.
E porque não critica V. Exa. o Programa Eleitoral do PSD em matéria de bibliotecas públicas? Pergunta o leitor atento deste, sei lá... coisinho na internet.
Simplesmente porque o PSD, num rasgo de GENIALIDADE POLÍTICA, adoptou uma estratégia que IMPOSSIBILITA A CRÍTICA ao seu programa designadamente através da AUSÊNCIA DE PROGRAMA.
segunda-feira, agosto 03, 2009
Serviço de aquisições
Sai amanhã com o jornal o público o 12º volume da colecção “Clássicos da revista Tintim”. Uma série indispensável nas estantes da rede de Leitura Pública.
1. GREG; PAAPE, E. – Luc Orient
2. MACHEROT, J. – Clorofila
3. COSEY – Jonathan
4. GRATON, J. – Michel Vaillant
5. GREG – Rock Derby
6. GREG ; HERMANN – Bernard Prince
7. TURK; DE GROT – Clifton
8. CHAILLET, G. – Vasco
9. GOSCINNY ; ATTANASIO – Spaghetti
10. TIBET – Ric Hochet
11. DERIB – Buddy Longway
12. FRANZ – Lester Cockney
1. GREG; PAAPE, E. – Luc Orient
2. MACHEROT, J. – Clorofila
3. COSEY – Jonathan
4. GRATON, J. – Michel Vaillant
5. GREG – Rock Derby
6. GREG ; HERMANN – Bernard Prince
7. TURK; DE GROT – Clifton
8. CHAILLET, G. – Vasco
9. GOSCINNY ; ATTANASIO – Spaghetti
10. TIBET – Ric Hochet
11. DERIB – Buddy Longway
12. FRANZ – Lester Cockney
domingo, agosto 02, 2009
Crítica ao programa eleitoral Sócrates 2009-2013
Ilustração Mariette Tosel
Numa rápida pesquisa do termo “bibliotecas” no «Programa de Governo do Partido Socialista: avançar Portugal» verificamos que esta palavra ocorre em poucas situações e todas elas no capítulo II referente ao conhecimento e cultura. Assim neste programa o papel das bibliotecas em matéria de coesão social ou de maior participação na vida comunitária fica, na minha opinião, ausente.
Em relação às bibliotecas públicas municipais encontrámos apenas uma ocorrência:
«Neste sentido, o Governo do PS:
• Continuará a apoiar a expansão da rede de bibliotecas de todos os municípios, o desenvolvimento das bibliotecas escolares e o Plano Nacional de Leitura».
Daqui podemos deduzir que em sede de LEITURA PÚBLICA não há margem para grande inovação. As atribuições do governo central parece que continuam circunscritas à edificação de imóveis. Falar em “REDE NACIONAL” quando o governo central apenas investe na construção de edifícios continuará a ser puro eufemismo.
Ainda não é desta que vemos uma proposta arrojada para uma rede nacional de leitura pública. Uma proposta que permita caminhar no sentido, por exemplo, de um:
Numa rápida pesquisa do termo “bibliotecas” no «Programa de Governo do Partido Socialista: avançar Portugal» verificamos que esta palavra ocorre em poucas situações e todas elas no capítulo II referente ao conhecimento e cultura. Assim neste programa o papel das bibliotecas em matéria de coesão social ou de maior participação na vida comunitária fica, na minha opinião, ausente.
Em relação às bibliotecas públicas municipais encontrámos apenas uma ocorrência:
«Neste sentido, o Governo do PS:
• Continuará a apoiar a expansão da rede de bibliotecas de todos os municípios, o desenvolvimento das bibliotecas escolares e o Plano Nacional de Leitura».
Daqui podemos deduzir que em sede de LEITURA PÚBLICA não há margem para grande inovação. As atribuições do governo central parece que continuam circunscritas à edificação de imóveis. Falar em “REDE NACIONAL” quando o governo central apenas investe na construção de edifícios continuará a ser puro eufemismo.
Ainda não é desta que vemos uma proposta arrojada para uma rede nacional de leitura pública. Uma proposta que permita caminhar no sentido, por exemplo, de um:
- Catálogo único;
- Empréstimo inter-bibliotecas à escala nacional;
- Compromisso de renovação das colecções a uma taxa média de 5% ao ano;
- Serviço de aquisições central;
- Programa de avaliação do desempenho comum.
Snif!
Serviço de aquisições
Saiu a continuação E CONCLUSÃO (obrigado Bongop) desta interessante série publicada pela Vitamina BD.
HERMANN; YVES, H. – O diabo dos sete mares. Vitamina BD, 2009. 2º vol.
Serviço de aquisições
Pela chancela da ASA o foi publicado 10º álbum da mítica série de banda desenhada (com universos arquitectónicos futuristas à luz estética do séc. xix) Cidades Obscuras. Uma BD que não pode deixar de figurar nos escaparates de novidades ou sugestões de leitura da Rede Nacional de Leitura Pública. «Excelente série. Excelente livro» segundo o bloguer Bongop.
SCHUITEN; PEETERS – A Teoria do Grão de Areia. ASA, 2009.
Clube de leitura francês
Depois da Guerra da Coreia (1950-1953) ocorreu um episódio inédito na história da humanidade. A primeira adopção internacional massiva de crianças órfãs. Vítimas da guerra, mais de 200.000 crianças asiáticas e mestiças (os últimos filhos de soldados americanos e raparigas coreanas) que enchiam os orfanatos foram encaminhadas para um programa de adopção internacional maciço. E partiram com 3, 4 e 5 anos de idade para os EUA, França, Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Bélgica, etc. Esta adopção internacional, apesar do impacto positivo (ao permitir uma segunda oportunidade para milhares de crianças), não deixou de ser alvo de várias críticas. Entre elas o facto de se ter desenraizado os adoptados de forma violenta. Perderam de um momento para o outro o contacto com a língua materna, acabando por esquecê-la. Cresceram muitas vezes com o sentimento de estarem no sítio errado (out of place) e de abandono. Apesar dos inúmeros casos de sucesso na superação destes problemas a verdade é que nos países nórdicos o grupo correspondente a adoptados internacionais (entre os quais se encontram os coreanos) apresentam uma das taxas mais elevadas de suicídio, problemas mentais, crime, droga e de inadaptação social.
Jun JUNG Sik, autor belga de banda desenhada foi um destes meninos adoptados. Encontrado em 1968, com 3 anos de idade, a vaguear nos caixotes do lixo de Seul foi encaminhado por um polícia para um orfanato. Daí partiu dois anos mais tarde para a Bélgica onde foi recebido por uma família de acolhimento. O seu testemunho pessoal de desenraizamento e crescimento num país distante acaba por ser uma biografia válida para todos adoptados internacionais espalhados pelo mundo.
Um excelente livro para uma comunidade de leitores. Como não existe edição em português proponho para o clube de leitura francês.
JUNG – Coleur de peau: miel. Quadrants, 2008. I vol.
Jun JUNG Sik, autor belga de banda desenhada foi um destes meninos adoptados. Encontrado em 1968, com 3 anos de idade, a vaguear nos caixotes do lixo de Seul foi encaminhado por um polícia para um orfanato. Daí partiu dois anos mais tarde para a Bélgica onde foi recebido por uma família de acolhimento. O seu testemunho pessoal de desenraizamento e crescimento num país distante acaba por ser uma biografia válida para todos adoptados internacionais espalhados pelo mundo.
Um excelente livro para uma comunidade de leitores. Como não existe edição em português proponho para o clube de leitura francês.
JUNG – Coleur de peau: miel. Quadrants, 2008. I vol.